Orar pelo próximo.

Orar, "rezar" pelos milhões de pessoas que estão sofrendo em todo este mundo.Pelos que estão em hospitais, doentes com doenças terríveis, pelos que estão em uma guerra talves pessoal ou não, acidentados, preso a vícios. Todo tipo de injustiça !! Ninguém, é obrigado a nada queremos que DEUS nos escute e ajude, quem precisa. Jesus o Cristo, ele sabe tudo ele pode tudo amém.Cada bandeirinha no Globo, vou acreditar que seja alguém orando, ao Filho em nome do Pai e do Espirito Santo.Pois este mundo esta pior que Sodoma e Gomorra. (FIEL_e_Pecador)

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Segundo o Evangelho, depois da Morte e Ressurreição do Salvador:
Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. [Romanos cap.4, v.5]
Qual das respostas acima se aplica a sua ''Religião''? Em que época da história você se encontra? No Antigo Testamento (Lei) ou Novo Testamento (Graça)?

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tráfico de droga e prostituição na Feira Popular

Domingos dos Santos| 

Quando chega a noite a feira troca de rosto e o local vira discoteca e as prostitutas e os traficantes de droga tomam conta do cenário
Fotografia: Pedro Mulaza
Uma viatura de alta cilindrada e de vidros fumados pára. O condutor baixa o vidro e chama um rapaz que aparenta ter 25 anos. Ele aproxima-se, conversa e passados alguns minutos tira algo de uma mochila preta, que entrega ao condutor. Este, por sua vez, dá ao rapaz algum dinheiro. O condutor, escondido na sombra dos vidros fumados, arranca em alta velocidade para um destino incerto.
Curiosos com aquilo a que acabáramos de presenciar, abordamos o jovem, identificado por Samuel Joaquim. “Fixe, puto?”, cumprimentamos o rapaz, que rapidamente responde: “Ya, fixe, meu kota. Alguma coisa?”, questiona.
Em resposta, o repórter puxa-lhe pela memória: “sou eu, não me reconhece?”. O jovem olha com atenção e acaba por se lembrar. “És aquele nosso kota da carrinha, que vem aqui lavar o carro. Fala aí meu papoite, qual é a dica?”, pergunta. Explicamos que somos jornalistas e pretendemos fazer um trabalho sobre prostituição e tráfico de droga na Feira Popular de Luanda. Desconfiado, Samuel adianta que faz o que faz apenas para ganhar a vida e nada mais.
“Meu kota, não posso falar, mas posso dizer que faço isto para ganhar alguma massa para viver, porque o emprego está difícil. Pai grande, não posso falar mais para não dar bandeira”, diz Samuel, desaparecendo velozmente no meio dos carros estacionados no interior da Feira Popular de Luanda.
É este o cenário de todos os fins-de-semana na Feira Popular de Luanda, transformada em local de comércio legal e ilícito, consumo de álcool, tráfico de drogas e prostituição. 
De manhã, a Feira Popular de Luanda, inaugurada a 1 de Dezembro de 1995, pelo Presidente da República, tal como recorda a placa colocada bem no centro do recinto, é um local ao qual muita gente acorre para comprar produtos diversos, como mobiliário, roupa, comida, bebidas, material eléctrico, peças de viaturas e até lavar o carro. 
Mas quando chega a noite, a feira troca de rosto. O local vira discoteca e as prostitutas e os traficantes de droga tomam conta do cenário, oferecendo todo o tipo de diversão para quem escolhe o sítio para “cair” na noite. 

Nas noites de sexta-feira, sábado e domingo, as bebidas alcoólicas, drogas e prostituição formam uma combinação explosiva, espalhada descaradamente por vários pontos do recinto.
O tráfico de droga é feito em vários recantos da feira. Os encontros entre traficantes e consumidores acontecem normalmente junto aos postos de gasolina, parques de estacionamento e locais abandonados das redondezas. 
O local mais movimentado dos fins-de-semana, conhecido como “avião”, tornou-se ponto da prostituição de jovens mulheres, que oferecem serviço para todos os gostos e bolsos. 
O Jornal de Angola viu bem no que se transformou a Feira Popular de Luanda. Daquilo que foi nos anos 90, um tempo de grandes concertos, com artistas como os Irmãos Almeida, N´ Sexy Love, O2, SSP, hoje só resta nostalgia, pois os gloriosos tempos de outrora foram substituídos por uma “paisagem” sinistra e desoladora. Apenas resta ferro velho. 
  
Tráfico de droga 
  
Após alguns contactos com pessoas conhecidas, conseguimos chegar à conversa com um “passador” de droga que se identificou como Gaspar. Inicialmente, pensou que era mais um consumidor à procura de droga para “agitar” a noite, mas depois de me identificar como jornalista, o traficante não quis falar. 
Ao cabo de muita insistência, lá aceitou falar à nossa reportagem, com a garantia de que a conversa não seria gravada nem denunciada à Polícia. Garanti-lhe que apenas se tratava de um trabalho jornalístico para ser publicado no Jornal de Angola. Não tinha nada a ver com a Polícia Nacional. 
Gaspar começou por nos contar que as discotecas são locais onde se verifica grande consumo de bebidas alcoólicas, que serve de trampolim para o uso de drogas mais pesadas, ilicitamente introduzidas e comercializadas.   
Ainda muito desconfiado com a natureza da nossa conversa, disse que drogas como a liamba, cocaína e ecstasy, são as mais comercializadas naquele recinto. As quantidades são geralmente de consumo, à medida da necessidade do cliente, para possuir energia para acompanhar os ritmos musicais da noite. 
Enquanto a conversa decorre com Gaspar, aparece uma cliente: “Como é, não tens nada?”, pergunta. “Hoje a noite tá fraca, preciso de algo pesado para agitar a noite”, afirma a jovem, que mais tarde ficamos a saber chamar-se Meury. Em resposta, Gaspar diz-lhe: “Como é, mboa, não dá bandeira, estou a falar com esse meu papoite, ele é jornalista”. 
Espantada, Meury, pergunta: “Oi fofo, você é jornalista?”. Em seguida faz um pedido: “Tens cara de boss, não pagas nada? Vocês jornalistas falam muito à toa, ya! Cuidado man Gaspa com ele, pode falar nos magala da polícia”. 
Gaspar tranquiliza-a dizendo que é apenas um trabalho para publicar no jornal e que não há qualquer ligação com a Polícia. Sendo assim, acaba por também ela se disponibilizar a falar. 
Questionada sobre as razões do consumo de droga, Meury conta a sua história. “Comecei a usar drogas quando tinha 15 anos. Namorei com um moço que usava muita droga lá em nossa casa e aí usei e gostei”,  justifica, no exacto momento em que a sua encomenda lhe chega às mãos. 
Por volta da meia-noite, o ambiente intensifica-se e a agitação é evidente. Música alta e mais gente chega ao local. Entre a multidão, surge Ana Cristina, 25 anos. Vai ali assiduamente para consumir droga, principalmente liamba. “Fumo liamba todos os dias, porque não me alimento sem fumar. O apetite aparece só depois de fumar uma palha. Se não der bafuradas fico nervosa e com dores de cabeça. Estou viciada”, assegura.   

Droga e prostituição estão de mãos dadas 

Jamba António é natural da província de Benguela. Aos 15 anos veio para Luanda com uma tia, irmã da mãe, para estudar. Uma vez na capital, mais concretamente no bairro Benfica, a tia não a pôs a estudar, antes a transformando numa espécie de moça de recados e empregada.
“A minha tia maltratava-me muito. Era obrigada a lavar a roupa dela e do marido, limpar a casa e a cuidar do bebé dela. Nunca me meteu na escola”, conta Jamba. 
Maltratada e longe dos pais, aos 17 anos não viu outra solução se não fugir de casa da tia, indo viver com umas amigas mais velhas, na Samba. “A vida em casa das amigas também não foi fácil. Por isso tive de lutar para sobreviver. As minhas amigas não trabalhavam, mas tinham sempre dinheiro e roupas bonitas”, refere. 
“Perguntei como é que elas tinham essas coisas e responderam que prestavam serviços à noite num sítio da Baixa”, recorda.
Na primeira noite que experimentou a vida de prostituta, teve receio de se envolver sexualmente com pessoas desconhecidas. “Tive medo, no princípio, mas as minhas amigas, para me acalmarem, apresentaram-me aos seus clientes habituais”, lembrou, acrescentando que só assim conseguiu ter relação sexual com o seu primeiro cliente, um cidadão português, que trabalhava para uma empresa de construção civil.
Nessa mesma noite, segundo Jamba, também começou a consumir drogas. As drogas, diziam as amigas, dava mais apetite sexual e força para poder relacionar-se com vários parceiros numa única noite. 
Exercendo a profissão há cerca de dois anos, Jamba começou também a consumir drogas, expondo-se assim aos riscos a que tal atitude conduz. “Sob efeito de droga esqueço-me do perigo a que estou exposta e das consequências. Fiz um teste há pouco tempo e deu negativo”, lembrou.
“Muitas vezes havia sexo em grupo e, para aguentar, tínhamos que consumir droga, de preferência cocaína, que dava mais força e apetite sexual”, conta.

Comportamentos auto-destrutivos

O sociólogo Paulo de Carvalho considera o consumo de drogas, o uso exagerado de álcool e a opção pela prostituição ou delinquência como um modo de vida. É um comportamento auto-destrutivo que não está de acordo com as normas morais e com os bons costumes.
O professor universitário explica que o consumo de drogas não depende do estrato social ou grau de instrução, da idade ou do sexo, e por isso afirma que os consumidores de droga são influenciados por factores de natureza social, psicológica e por aquilo que está na moda.
Segundo ele, há prostitutos de ambos os sexos, de vários estratos sociais e de diferentes faixas etárias. “Prostituição por necessidade ou por depravação?”, questiona, sublinhando que as mães solteiras e os jovens que nascem em famílias pobres são grupos de risco.

Consumo de álcool e alcoolismo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o consumo de álcool um risco nocivo e de dependência. Consumo de risco, de acordo com a OMS, é um padrão de consumo que pode vir a implicar danos físicos ou mentais se esse consumo persistir.
 O consumo nocivo é descrito como sendo um padrão de consumo que causa danos à saúde, tanto físicos como mentais. Todavia, não satisfaz os critérios de dependência.
O alcoolismo é uma doença caracterizada pela dependência do consumo de álcool. 
O alcoólatra tem grande dificuldade em parar de beber, está sujeito aos mesmos riscos do abuso de álcool mas, como não consegue abandonar a bebida, apresenta muitas vezes uma deterioração na saúde, na família, no trabalho e no círculo de amizades.
O sociólogo Paulo de Carvalho defende ser preciso ter em atenção as causas biológicas, o meio em que se cresce, os grupos de amigos e os colegas de escola, assim como aos factores psicológicos, quando se quer estudar o fenómeno do consumo de álcool.